quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Como morrer sem stress, guia prático ilustrado.


Surreal.
Aterrei na SIC Radical num programa onde se estavam a abater (??????) cordeiros
num estúdio de televisão ao vivo.
A apresentadora, a falar baixinho e pausadamente para a plateia, explica que os técnicos que vão fazer o abate são experientes e competentes e que vão fazer o serviço de modo a que os borregos morram o mais humanamente (sic) possível. Claro que não explica o que quer dizer "morrer humanamente", mas também não sei se quero saber.
O processo inicia-se com o técnico a explicar que o primeiro borrego vai levar um choque de alta voltagem que o vai deixar atordoado para não sofrer. Infelizmente esquecem-se de informar o bicho e este leva o choque e, ao invés de ficar atordoado, foge pela sala fora com o técnico experiente a correr atrás dele enquanto um outro técnico explica que provavelmente a máquina dos choques não funcionou.
Apanhado o infeliz, e já sob a supervisão do veterinário que se assegura que o bicho,  um bebé que levou um choque e foi agarrado por dois técnicos dez vezes maiores que ele, não está em stress, vão buscar uma pistola e espetam-lhe um balázio na moleirinha que o deverá matar.
Mais uma vez se esquecem de fazer um briefing com o animal porque, apesar do técnico garantir à apresentadora que desta vez está morto, esperneia que nem um condenado enquanto o penduram de cabeça para baixo e lhe abrem as goelas com uma faca para que se esvaia em paz e sem stress.
Quando desliguei a televisão, enojado, o desgraçado já tinha despejado umas boas golfadas de sangue e, apesar de atordoado e morto, ainda esperneava.
Mas este tipo de programas interessa exactamente a quem?   

1 comentário:

  1. Vim parar ao seu blog de paraquedas, mas desde já lhe respondo à questão que colocou:
    Interessa a todos! Eu não como carne, e acho que isto devia passar na sic normal, para todos verem. Se come carne, é por isto (e pior, que na vida real não são abatidos 5 cordeiros em 30 min, são dezenas) que passa o que lhe aparece no prato. Custa ver não é? É melhor ignorar, para não lhe pesar na consciência.
    Cláudia Silva

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