domingo, 30 de maio de 2010

da Alucinação


Depois do fantástico trabalho com o Mercedes SLR, tudo indica que Ron Dennis se prepara para começar a dura tarefa de tentar vender ao mundo a ideia de que existe alternativa ao poderosíssimo McLaren F1, velho de quase 20 anos.
O novo McLaren MP4 12c, será posto à venda no início do próximo ano com um motor V8 biturbo a debitar 600 cv de potência e performances anunciadas impressionantes: 3 segundos dos zero aos 100, 10 segundos dos zero aos 200 e mais de 320 quilómetros hora de velocidade de ponta.
Irá possivelmente afrontar a Ferrari e a Lamborghini, mas conseguirá fazer sombra ao seu irmão mais velho que durante muito tempo manteve o record de velocidade em carros de série? Uns impressionantes 381Km/hora que duraram vários anos e que só foram batidos por colossos do nível do estratosférico Bugatti Veyron que debita quase o dobro da potência.

da Vivacidade


Keith Haring Red-Yellow-Blue-21
AS CORES FORTES MARCAM, MAS SÓ OS TONS SUAVES NOS DEIXAM PENSAR

sábado, 29 de maio de 2010

do Ganda Maluco



Mais um que subiu e que deixou o cinema coxo.
Dennis Hopper nunca deixou que a fama lhe subisse à cabeça. Não era preciso.

do Fá

Perante a palavra Fá, qualquer rapaz da minha idade recuará vinte e tal anos até encontrar, catalogado e escondido entre as suas memórias mais sórdidas, a imagem das maminhas do anúncio de televisão que fez sonhar hordas de cavalheiros.
Uma cascata e uma moça que se banhava práticamente como veio ao mundo era a coisa mais ousada que a televisão passava em horário nobre nos idos de oitenta e muitos, praticamente noventa.
Fá era uma linha de produtos de higiene pessoal comercializada pela Henkel. Por cá resumiu-se ao famoso gel de banho da moça e aos sabonetes, mas na Espanha tinha toda uma linha de aromas tropicais que impregnavam colónias suaves (daquelas em frasco de plástico que as espanholas ainda hoje usam para se barrar - vidé Heno de Pravia), desodorizantes e outros perfumantes.
Quem conseguir não ficar catatónico com a memória do anúncio das maminhas da moça debaixo da cachoeira...
Quem conseguir não ficar catatónico com a memória do anúncio das maminhas da moça debaixo da cachoeira...
Quem conseguir não ficar catatónico com a memória do anúncio das maminhas da moça debaixo da cachoeira...
Quem conseguir não ficar catatónico com a memória do anúncio das maminhas da moça debaixo da cachoeira...
Dizia eu, quem conseguir ultrapassar essa imagem, lembrar-se-á muito provávelmente que uns bons anos antes da moça da cachoeira existiu um outro Fá que, embora de forma menos lasciva, provocou certo entusiasmo.
Isso mesmo.
Uns saquitos de plástico com um refresco de fruta que se congelavam e sorviam com deleite. Uma coisa um bocado ranhosa, mas naqueles tempos do pós 25 de Abril, tudo era novidade e tudo era fantástico.
Descobri mais tarde que a denominação técnica dos Fás era "Ice Pops".
O sucesso da coisa não perdurou, mas foi bom enquanto se manteve.
Esta semana encontrei "Ice Pops" no Lidl e, mais que relembrar a infância, decidi inovar.
Um Fá de limão, um Fá de arando, sumo de meio limão e um belo trago de Gin Bombay Sapphire. Bate-se no shaker sem gelo (os Fás cumprem essa função) e o resultado é o que está na foto.
Pode beber-se a pensar no moça do Fá, do outro Fá, que nos dias de hoje deve ser uma respeitável matrona alemã com as maminhas descaídas e pilosidade nos sovacos.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

da autodeterminação



Breakfast on Pluto é possivelmente um dos dez filmes mais profundos a que já tive o privilégio de assistir.
Uma história que é tudo menos banal, uma história de querer, de sonhar, de ousar, um conto de fadas narrado de uma forma sublime por Neil Jordan, servido por um naipe absolutamente fabuloso de actores.
O filme é de 2005 e já o vi há algum tempo, mas de repente lembrei-me, com alguma comoção. Se calhar é da música.
Épica, a banda sonora, escreveu alguém no Youtube.

da Capitulação


Parece que há quem se prepare para construir mais uma mesquita em Nova Iorque.
Para ser inaugurada no dia 11 de Setembro de 2011.
No Ground Zero.
Correndo o risco de ser considerado fundamentalista, não me parece lá grande ideia.
Se outra razão não houvesse, e eu lembro-me de quase três mil razões, seria conveniente lembrar aos promotores da ideia que existe no mundo ocidental uma coisa chamada liberdade de culto.
E se é em nome dessa mesma liberdade de culto que alguém se lembrou de tão bizarro acto, então seria conveniente explicar a quem teve tão brilhante ideia que precisamente no Ground Zero jazem seguramente almas de muçulmanos, mas também de judeus, de católicos, de prostestantes, de hindus, de budistas e de um nunca acabar de credos. Até almas de quem não acreditava em credo nenhum.
Por muito que seja difícil de compreender para os promotores da ideia e impossível de aceitar para quem efectivamente criou o Ground Zero, existem caminhos para vida eterna e para a paz, que não passam pelos minaretes.
Outros pontos de vista...

quinta-feira, 27 de maio de 2010

da Banca


Todos os bancos estão neste momento de mão estendida, mas apenas um merece o nosso apoio. Apenas um estende a mão por uma causa nobre.
Todos têm a jusante alguém com necessidade de apoio, mas apenas um apoia sem pedir nada em troca.
E é já no próximo fim de semana.
Apesar de todos nós conhecermos (ou julgarmos que conhecemos) pelo menos dez famílias que recebem apoio social sem o merecerem, foquemos o nosso pensamento nos que realmente precisam.
Os outros são efeitos colaterais, acidentes de rodapé.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

da Grande música



Dia 5, no Teatro MESSIAS
Infelizmente tenho os Sábados tomados pelo dever, infelizmente.

da Golden Share


No dia em que a Telefonica ameaçou com uma OPA hostil sobre a PT, o nosso (ainda) ministro das finanças, anunciou na bolsa de Nova Iorque que o Estado português pode estar a preparar-se para alienar as suas participações na EDP e na Petrogal.
Cenário negro para a economia nacional?
Não!
De todo!
Cenário negro para a camarilha que à custa dos amigos que têm habitado os sucessivos governos deste país, tem conseguido locupletar-se com o erário público.
Rezemos para que tal dia chegue.
E não me venham com conversas de regulação, de controlo de preços e outras falácias.
Ou será que a presença do Estado nessas empresas alguma vez impediu que continuemos a pagar a gasolina mais cara da Europa, as telecomunicações mais caras da União Europeia e a electricidade a preços muito superiores aos que pagam os países que competem connosco.
Vassourada!
Já!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

da Mafia Urbana



Espalhando pó de estrelas quando passas,
Brilhando como luas,
Queimando como brasas...

Pedro Costa excerPtos

da carninha fresca



(by appointment of Mr. A.P. Costa)

da Alegria do Povo às cornetas do chinês

Assobios para a selecção de futebol.
Convidaram quatro mil pessoas para assistir ao treino dos craques(?) numa soalheira tarde de domingo num local "desquecido" e "ostracizado".
A população acorreu em força.
O craques(?) deixaram transparecer a vedeta que existe dentro de cada um deles, o treinador encheu-se de profissionalismos bacocos e resolveram brindar o povo com uma mão cheia de nada.
Ninguém gostou. Nem eu nem as famílias que esperavam ver pelo menos uma peladinha, que subiram à serra com os miúdos para verem os rapazes que às vezes são o orgulho da um país.
Visto daqui, parece que o Scolari gostava mais dos portugueses do que alguns portugueses que por cá temos. Com o Scolari tinhamos bandeiras, com este temos linguas da sogra "South African Style".
A Costa do Marfim se encarregará de nos confirmar se esta peladinha teve ou não razão de não existir.

de Portugal a Xangai

PORTUGAL, UMA PRAÇA PARA O MUNDO from Anze Persin on Vimeo.

domingo, 23 de maio de 2010

Beto


O ano tanto pode ter sido 1992 como 1993.
Não me lembro bem.
À época perdia-me a espaços pela noite de Coimbra. A rota incluia o Garden, o Noites Longas, o Urbanidades e a Via Latina. O Urbanidades era novidade e bombava ao som do Pedro Urbano e dos muitos amigos que ele trazia a Coimbra. Por uns tempos, apareceu por lá uma banda dos lados da zona Oeste (Peniche, acho eu) que tocava uns covers da moda e que tinha um vocalista louro com caracois. Rapaz simpático.
Competente, adivinhava-se na altura.
Além das parecenças físicas, imitava na perfeição David Coverdale, recordo-me.
Cresceu como artista, libertou-se da banda, passou a cantar originais de cariz mais ou menos romântico e acabou por criar uma carreira de sucesso assinalável para os apreciadores do género.
Morreu hoje com 43 anos vítima de um AVC.

do Jazz ao Centro



Começa amanhã
Informação completa aqui

do socorro


Ontem morreram em Portugal quatro pessoas afogadas, muito provavelmente cinco. Não o deveriam ter feito porque a época balnear ainda não começou. Isto apesar do calor.
Como habitualmente, procuram-se os culpados porque é sempre preciso apontar o dedo a alguém sobre quem se possa descarregar a responsabilidade.
Há razões de sobra para se ter cuidado quando penetramos num meio que nos é adverso como é o caso da água, mesmo com nadadores-salvadores, helicópteros, motas de água, bandeiras e avisos.
Mesmo nesse pressuposto, alguém tem que zelar por aquilo que habitualmente não zelamos - a nossa própria vida. Mas isso daria para escrever uma tese de doutoramento e não é esse o meu objectivo.
Limito-me a fazer uma pergunta: quantas pessoas precisarão de morrer mais, para se perceber que esta é uma matéria que tem que ser integralmente assumida pelo Estado. Ninguém vê particulares a controlarem o trânsito de modo a evitar acidentes, ninguém vê particulares a administrarem a justiça evitando que nos matemos uns aos outros, ninguém vê particulares a patrulharem as ruas para podermos dormir descansados.
Mesmo com o Estado a formar os nadadores-salvadores, não se pode entregar aos concessionários dos apoios de praia a responsabilidade de zelarem pela integridade dos frequentadores da área da sua concessão. Não é esse o seu campo de trabalho. Não pode nem deve ser.
Os infelizes queixam-se, ano após ano, que têm dificuldade em contratar, que o número de horas de "funcionamento" da praia é superior ao horário de trabalho permitido por lei, que não conseguem suportar os custos.
Mesmo defendendo que o Estado precisa de emagrecer, e eu defendo-o, existem coisas que nunca poderão deixar a alçada do Estado. A segurança é uma delas.
Que se entregue esse trabalho à Marinha, que se acabe com essa aberração chamada "época balnear" mantendo a vigilância durante todo o ano, que se adapte a vigilância às reais necessidades, que se crie uma mais efectiva rede de comunicação de modo a permitir uma melhor e mais efectiva gestão dos meios.
Se os concessionários devem ajudar a pagar tudo isto? Claro, sob a forma de uma taxa que não lhes ponha em causa a viabilidade do negócio. Se as autarquias com praia devem ajudar a pagar isto? Claro, pois também usufruem das vantagens.
Não digo que seja fácil coordenar tantas vontades e tantos egos. Mas alguém tem que começar.

sábado, 22 de maio de 2010

da Festarola


Não é de agora. É uma coisa que me acompanha desde muito novo, mas que não tinha a pátine da idade para desabrochar.
Detesto festas.
Melhor, detesto ir a festas. Receber em casa é uma coisa que ainda me dá prazer. Tudo controlado, tudo dentro da minha zona de conforto. Agora ir a festas, penetrar num ambiente estranho, muitas vezes inóspito, fazer conversa de circunstância, ter que interagir com pessoas que habitualmente não frequento, secar...
No meu trabalho faço-o, mas sou pago para isso. Particularmente, começa a deixar de ser simplesmente chato, para ser enfadonho.
Hoje assinala-se um marco. Vou ao último casamento de fora da minha zona de conforto. Daqui para a frente, garanto, pretendo ir a quatro casamentos: das minhas três afilhadas, se for convidado, e obviamente do meu filho. Claro que em face deste meu compromisso não sei se irá mais alguém ao casamento do meu filho, mas isso não me parece muito importante.
Para ajudar à festa, a Elsa não se cansa de suspirar - "Ai que tarde de praia magnífica".

sexta-feira, 21 de maio de 2010

da Afeição


Será que os objectos sentem?
Às vezes penso que sim.
E nós? O que sentimos nós pelos objectos?
Eu sinto respeito por um carro que se cruze por mim na estrada e que mostre trinta ou quarenta anos de fieis e dedicados serviços. Sinto carinho por um sofá com cinquenta anos, daqueles com a pele estalada, com uma cova no sítio onde tantas vezes se sentou, se calhar, a mesma pessoa. E por uma caneta que se mantenha fiel ao dono desde que o padrinho lha deu no dia da comunhão solene? O que se deve sentir? E por um relógio que brilha orgulhosamente no pulso do neto do primeiro proprietário - "E não se atrasa um segundo; é só dar corda..."
É esta afeição que hoje nos falta. O mundo está descontrolado e nunca precisou tanto de valores como neste preciso momento. São os valores, e a afeição é para mim um valor, que nos agarram à realidade, que nos norteiam o percurso, que nos diferenciam.
Quando tudo faltar, que sejam os nossos valores os escolhos onde podemos aconchegar a consciência.
Eu cultivo e respeito os meus valores. Por vezes menos visíveis, encobertos pelo manto da ironia, às vezes pelo da própria idiotice, que também a tenho, mas sempre presentes. Se calhar algumas vezes envergonhados pelo abandono a que temporariamente os possa votar, mas sempre presentes.
Se nos podemos afeiçoar a algo menos tangível que um cadeirão velho? Claro que podemos. Se nos podemos afeiçoar a um arrazoado de letras, dispostas com alguma ordem, umas vezes com mais sentido que outras? Claro que podemos.
E por isso esta contrição.
Eu afeiçoei-me ao chacomporradas. Ao fluir de algumas ideias, que também as tem, à sua pequena anarquia, aos altos e baixos do seu percurso, aos pontapés na gramática que por vezes lá despontam. Não o sabia, mas afeiçoei-me.
Traí o chacomporradas. Troquei-o, apesar de momentaneamente por um punhado de frases soltas e por um prazer imediato. Plumas, lantejoulas e facas na liga toldaram-me a escrita e a busca do verbo fácil, da piada seca, da resposta imediata, criaram-me na boca o sabor do ter em desprimor do prazer do ser.
Voltei, pá!
Agradeço a quem me criticou pelo abandono. À minha cunhada que me esfregou na cara o desprezo dos abandonados, ao meu filho que somente se lamentava, não tendo a noção da traição que eu quotidianamente sustentava.
Voltei, pá!
E desta vez não te vou abandonar.
Será que os objectos sentem?
Os objectos, não sei, mas o blogues, começo a crer que sim!
E eu já fui tão feliz por aqui...
Atentamente
Pedro Costa

PS-Vou continuar a transladar alguns textos para o Facebook. Os melhores. Este vai...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A minha última descoberta

R.I.P.


País estranho, o nosso. Quando morre alguém importante de cancro, a comunicação social diz que morreu de "doença prolongada".
No caso de Saldanha Sanches, porque era incómodo e do MRPP (logo renegado para reaccionários e para comunas) dizem que morreu de cancro.
Eu acho que o país ficou mais pobre, mas isso é o que eu acho.

sábado, 8 de maio de 2010


Não concordo, não compreendo, não aprovo.
Se calhar porque a vida ainda não me obrigou a concordar.
Mas o esforço, esse comove-me.
E respeito-o.
Muitíssimo.
Em muitos anos nunca vi nada assim.
Hoje, entre a Mealhada e Coimbra, havia um cordão praticamente contínuo de peregrinos.
Impressionante.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Pyotr

Se Tschaikovsky estivesse vivo, faria por estes dias cento e setenta anos.
Se estivesse, seria um fenómeno, como não está, resta-nos continuar a amar e a admirar a sua obra.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Assim é difícil


Mais uma vez a Câmara Municipal da Mealhada aparece referênciada na lista dos bons exemplos de gestão.
Tendo por base o comportamento erróneo e muitas vezes incompetente da esmagadora maioria das autarquias deste país, não é tarefa muito difícil aparecer bem na fotografia. Mas aparece e isso é de louvar.
A completar este facto, já de si relevante, o Jornal da Mealhada publica hoje um direito de resposta de Carlos Cabral acerca de uma entrevista que César Carvalheira concedeu a esse jornal numa anterior edição.
Confesso que conheço mal o nosso presidente. Do pouco que conheço fiquei sempre com a ideia que será um homem honesto, qualidade que infelizmente não abunda nos detentores de cargos públicos neste país. Tenho também a ideia (que pode ser preconceito) que tem mau feitio, mas isso releva pouco para o cargo que ocupa. O que nunca deixou transparecer, e isso é pena, é um superior sentido de humor, que para mim é uma caracteristica primordial para quem quer ser feliz.
Quem quiser saber mais, que ajude a imprensa local e compre o Jornal da Mealhada.
Realmente, e com alguma pena minha, constato que assim é difícil ser oposição.

domingo, 2 de maio de 2010

Mãe


Quem, por noites
Te velou o sono.
E te beijou
A febre, o riso, a dor.
Quem, por anos
Te velou a vida
E te deixou crescer
O sonho, o brilho, o ser.
Quem, por tempos
Te velou o ego
E te tentou conter
A ira, a raiva, o maldizer.
Quem, por choro
Te velou o corpo
E te sofreu partir
A ida, partida, tão só morrer...
O único trabalho
Que uma mãe
Jamais deveria ter!