domingo, 8 de novembro de 2009

da Obsessão

"The surrogates" (os Substitutos), é um filme de ficção-científica.
Muito bem feito, mas apenas um filme mediano, ao nível daquilo que o cinema americano mainstream nos tem ultimamente habituado.
Refaço.
Nem sequer é muito bem feito. Foi feito com a tecnologia que existe e essa, a tecnologia, permite fazer aquilo que acabei de ver. Nota-se que não há génio, nem rasgo, nem esforço. Apenas tecnologia!
Sobra a história.
Não o enredo, mas a filosofia da coisa.
A filosofia vai de encontro àquilo que se procura nos dias de hoje: a perfeição.
Uma coisa postiça...
Se tivessemos nascido perfeitos, não teriamos evoluido um milimetro que fosse.
Sem aprendizagem, sem evolução, a vida não passaria de um emaranhado de rotinas, de uma enormíssima pasmaceira.
É sabido que as máquinas não erram; cometem erros quando estão avariadas.
Para quem não viu o filme, tudo isto pode parecer absurdo, mas quem já viu ou quem viu o "I robot" ou quem sabe o que pretende ser o "Second life", quem tem noção desta procura estúpida do certinho, do prazeroso, do bonito, do bem delineado, do imaculado, do infalível.
Tudo isso desafia a mais básica definição de humanidade.
Mais.
De vida.
Do sentido da vida.
Por isso e só por isso, vale a pena ver o filme.
"-Sabias que, segundo alguns cientistas, já poderão ter nascido as primeiras pessoas que vão poder viver até aos cento e cinquenta anos?
-Para quê?
-Se calhar, para passarem metade da vida em asilos..."
in Conversa premonitória ao almoço do dia 8 de Outubro de 2009

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