quarta-feira, 13 de maio de 2009

o bÊ a bÁ


Se alguém algum dia me pedisse para definir felicidade, eu responderia com o conceito de qualidade.
Qualidade é a capacidade de um produto ou um serviço se adaptar às necessidades do seu utilizador.
Felicidade será, por conseguinte, a capacidade de nos adaptarmos ao que a vida nos dá.
Facílimo.
Ou talvez não...
E porque não ao contrário. Mesmo conceito, outra ordem de factores: felicidade é a capacidade da vida se adaptar às nossas necessidades.
E, se calhar, o meio termo.
Fazemos um esforçozinho para aceitar a vida que temos e a vida faz um esforçozinho para se nos apresentar mais "macia".
Faz todo o sentido.
E a ambição?
E o sonho?
E o desejo de querer mais?
E melhor?
Infelizmente encontra-se mais felicidade entre os despojados que entre os abastados.
Mas será felicidade ou aceitação?
Porque aos despojados, a vida não parece ter feito o tal esforçozinho. A vida dos despojados nem sempre é "macia".
"Se a vida te dá limões faz uma limonada"
"É melhor ser feliz com o que se tem que ser infeliz com o que não se tem"
E será a felicidade assim tão importante?
Será quantificável?
Os americanos têm-na na sua Constituição como objectivo primeiro do povo: "the pursuit of happiness".
Não será a felicidade um bem tão acentuadamente básico que chega a ser animal.
Onde é que há espaço para a felicidade no nosso caminho evolutivo?
Será a felicidade o tal "missing link" que hipotéticamente ligará o bem estar físico ao emocional?
A vida moderna não está centrada neste conceito.
A vida moderna procura fruição, conforto e prazer induzido.
Felicidade e progresso parecem tão distantes como o cotovelo e o ombro. Métricamente juntos mas impossíveis de se tocar.
Parece pois que na equação da felicidade, o Homem não entra.
Felicidade rima com equilibrio e, pela parte que nos diz respeito, nós fazemo muito poucochinho para ajudar ao equilibrio.
Há dados científicos que confirmam que se os insectos desaprecessem da Terra, toda a vida se extinguiria em menos de cem anos. Ao passo que se nós desaparecessemos, o planeta recuperaria o seu equilibrio natural e os nossos vestígios desapareceriam ao cabo de poucas dezenas de anos.
Brutal!
Realmente os gafanhotos têm um ar feliz.
E isto para não falar nos escaravelhos que enrolam bosta de mamífero em bolas com vinte ou trinta vezes o seu peso.
Toda a santa vidinha a enrolar merda e são felizes. Eles têm a pulsão e a vida despeja-lhes (literalmente) a matéria-prima no caminho.
Assim, ser feliz nem parece difícil.

1 comentário:

  1. Conseguiste tirar uma foto do António Miguel Ferreira a empurrar o César Carvalheira até às urnas!! Boa Pedro!

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