segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Re-Independência


Por razões mais que óbvias, hoje não é feriado em Espanha. Neste dia, mas em 1640, explicámos uma vez mais aos Castelhanos onde era a fronteira. Hoje não há fronteira, mas aos actuais Castelhanos basta-lhes terem tomado conta da nossa economia. Não demonstram querer, nem precisam, de pegar em armas para nos dominarem.
Há um bom punhado de anos, estava eu em Bilbao a almoçar precisamente no dia de hoje quando, numa mesa onde os espanhois dominavam numa proporção de mais de cinco para um, resolvi arriscar e puxei o assunto à conversa.
Surpresa.
Nos livros de História espanhóis fala-se da Restauração da Independência. Dizem eles que facilitaram muito, o que se calhar é capaz de nem ser mentira. Nós temos um bocado o hábito de exagerar os nossos feitos e tenho para mim que os Felipes já andavam um bocado fartos disto. Dificilmente o saberemos com exactidão.
O mais interessante foi, no entanto, a reacção dos Bascos que se encontravam na mesa. Soltou-se-lhes a exaltação do feito e até uma pontinha de inveja por nós termos feito aos Castelhanos há mais de quatrocentos e cinquenta anos o que eles, Bascos, até hoje ainda não conseguiram fazer. Aconteceram ali momentos de implícita conspiração. No Pais Basco não é prudente contrariar estes momentos de conspiração: os grafittis e os caixotes de lixo incendiados todas as noites nunca nos deixam esquecer onde estamos.

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