terça-feira, 7 de outubro de 2008

Coisas que me deixam a veia da cabeça a latejar


Desloco-me habitualmente de comboio.
Se nos abstrairmos de que os bancos (dos comboios) estão nojentos, mercê dos energúmenos para quem sentado quer dizer com as patas em cima do banco da frente e que compõem uma grossa fatia da população deste país, os comboios são hoje um muito agradável, barato (por comparação) e pouco poluente meio de transporte.
Uso passe, embora com intermitências, desde há mais de dez anos.
De um modo geral os revisores já me conhecem, mas mesmo assim, e muito bem, cumprimentam-me (é verdade sim senhor) e pedem-me que mostre o passe. Simples, claro e eficaz.
Por outro lado, todos os dias viajam no comboio indivíduos sem qualquer simbolo ou farda que os identifique como funcionários da CP ou associadas, cujo passe é um aperto de mão ao revisor.
Por princípio, acho um abuso que os funcionários da CP e associadas (familia incluída, presumo) andem de comboio de borla quando não se deslocam de e para o serviço. Trata-se de uma empresa pública, com um passivo monstruoso e como tal assiste-me o direito de não achar bem tal norma. Mas mesmo assumindo que a CP é soberana em dar borlas a quem lhe apetece, ao menos que se identifiquem os individuos. Quem é que me garante que os ex-funcionários da CP (não estou a falar de reformados) não continuam a andar de borla mesmo depois de deixarem de fazer parte dos quadros da empresa. O revisor não é obrigado a saber qual a situação profissional das pessoas com quem se cruza no comboio.

Sem comentários:

Enviar um comentário