sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Number five


“What do I wear in bed? Why, Chanel No. 5, of course.”
Na frase mais erótica do século XX, Marilyn Monroe resumiu todo o esplendor do clássico criado em 1921 por Ernest Beaux para Gabrielle Chanel, Coco para os admiradores!
Número cinco porque foi a quinta amostra do lote aquela que Coco Chanel escolheu, dizem os biógrafos e número cinco porque era o número da sorte de Chanel, diz o mito.
E o mito mantém a aura que desde o primeiro dia ousou libertar. O frasco Art Deco e o rótulo tão simples que por isso se tornou eterno, ainda hoje brilham no Olimpo das fragrâncias não consumíveis.
E agora também no das fragrâncias consumíveis.
Passaram cerca de cinquenta anos sobre a última grande homenagem a este imperturbável ícone e eis que um talentosíssimo barman londrino pretende escrever a história com o mesmo arrojo que Marilyn Monroe usou ao confiar ao mundo a sua intimidade.
O Champagne Cocktail No.5 é o resultado de um meticuloso trabalho de pesquisa que, diz quem provou, não fica a dever nada ao Chanel original.
Deposita-se no fundo de uma taça de champagne um cubo de açucar impregnado com os aromas que compõem o perfume (Ylang Ylang, Rosa de Maio, Jasmim, Neroli (aroma cítrico), Vetiver, Sandalo e Baunilha) e preenche-se com um qualquer Dom Pérignon que esteja por ali à mão.
Ao contrário dos usados no perfume, os aromas são inócuos ao consumo humano, daí o cuidadoso trabalho na sua síntese.
As taças são personalizadas com um rótulo muito semelhante ao do perfume e deve esperar-se que o cubo de açucar se dissolva em finíssimas bolhas carregadas de perfume para só depois se degustar.
Pode soar a provincianismo, mas considero isto muito mais sofisticado do que a última moda dos novos-ricos do Leste da Europa que se pavoneiam na Riviera Francesa e que queimam notas de 500 euros depois de as terem utilizado para inalar cocaína (ou não) nas suas festas particulares.

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