quinta-feira, 31 de julho de 2008

Onde está o plano B?

Consta que o petróleo já atingiu o "pico", que é como quem diz, já queimámos metade do ouro negro existente no planeta. Com o consumo que temos hoje, é garantido que a segunda metade vai durar muuuuito menos que a primeira.
Em declarações à TSF, o presidente da Iberol (produtor português de biodiesel) disse que não serve de nada a intenção dos 10% de incorporação até 2010 porque a Petrogal não vai incorporar bio combustíveis no gasóleo ou na gasolina. Adiantou até que nem o Primeiro Ministro, apesar de voluntarioso, conseguirá obrigar a empresa a tal procedimento (o que, a ser verdade, apenas confirma a tese de que Portugal será um país com uma taxa de governabilidade baixita) porque essa incorporação obriga a investimentos elevados.
Por outro lado, existe quem diga que o biodiesel só serve para desenrascar porque entope os motores.
Há ainda aquele pequeno pormenor dos países famintos que passarão a famélicos caso se passem a utilizar os bio combustíveis em larga escala.
As energias renováveis "tradicionais" estão a fazer o seu caminho, mas é pouco provável que a percentagem da sua utilização no computo geral mundial alguma vez atinja os dois algarismos.
A discussão sobre a energia nuclear continua de uma forma mais apaixonada que técnica.
Com o seu habitual romantismo, Portugal pôs em causa o andamento do plano hidrológico por causa de umas pinturas rupestres que, comprova-se hoje, estão tão abandonadas agora como antes. Retoma agora o plano, mas o tempo perdido já lá vai.
Segundo informação que de vez em quando circula na net (a comprovar sempre) já ouve testes efectuados em cidades americanas com veículos de propulsão eléctrica que foram abandonados precipitadamente sem razão aparente.
Os veículos alimentados a pilha de hidrogénio estão cada vez mais evoluídos, mas não o suficiente para serem uma aposta segura.
Tenta-se tudo e em teoria tudo resulta, mas a prática demora a arrancar.
A geração que cresceu a ver televisão, habituou-se à ideia de que existia no mundo alguém com inteligência e poder suficientes para se encarregar de acautelar o nosso futuro.
É triste ver o Homem, aquele mesmo que conseguiu viajar até à lua há praticamente 40 anos, a não conseguir prever e precaver-se para este futuro que é cada vez mais presente.
Misturo aqui realidades nacionais com mundiais porque desta vez parece que estamos todos no mesmo barco. E nem sequer pretendo que isto seja um rigoroso comentário científico porque não tenho bases para o saber fazer.
Só quero saber uma coisa: há ou não há plano B?

Sem comentários:

Enviar um comentário